Este artigo é o primeiro de uma série, durante este mês de fevereiro. Vamos procurar olhar para a vida dentro daquilo que é o desejo e busca de todos: viver bem. É verdade que, “o viver bem” de uma pessoa nem sempre coincide com “o viver bem” de outra. Mas, é verdade, também, que existe “o viver bem” que é bem comum que, opera sobre todos, com os ideais e as forças de todos. Uma coisa não anula a outra, pelo contrário, se completam.
A nossa primeira afirmação importante é esta: Viver bem é conviver!
O sentido de conviver se encontra na própria palavra: con-viver ou viver-com. Quer dizer: eu no outro e o outro em mim, numa profunda relação de proximidade, de intercomunicação, de respeito e de diálogo da minha realidade total com a realidade total do outro.
Noutras palavras: ninguém é uma ilha! Nós precisamos uns dos outros. Mais ainda, necessitamos uns dos outros. Sem os outros, eu não sou ninguém, eu não sou nada. Sem os outros, a minha existência é uma solidão permanente e o meu amor, uma auto-projeção narcisista. Sem os outros, os meus passos são inseguros e meu caminho incerto. Sem os outros a minha satisfação é egoísta e minha realização é individualista. Sem os outros minhas conquistas só se dão pela competição e os meus instrumentos de luta só pela rivalidade. Sem os outros minhas ações não têm moral e minhas expectativas não têm ética. Sem os outros, os meus sonhos são simples divagações e minha realidade um devaneio.
Eu preciso do outro, não como minha extensão, mas, como complementaridade; não como trampolim, mas, como apoio; não como escada, mas como ajuda; não como instrumento, mas, como chave; não como objeto, mas, como sujeito; não como pronto-socorro, mas, como remédio; não como fim, mas, como começo.
O outro é imprescindível na vida de cada um de nós. Descobrir o outro é descobrir-se a si mesmo. Valorizar o outro e valorizar-se a si mesmo. Amar o outro é amar a si mesmo.
A palavra de ordem é, então, conviver. Viver bem é conviver!
Vejamos o que diz a palavra de Deus:
“De fato, o corpo é um só, mas tem muitos membros; e, no entanto, apesar de serem muitos, todos os membros do corpo formam um só corpo. Assim acontece também com Cristo.
O corpo não é feito de um só membro, mas de muitos. Se o pé diz: ‘Eu não sou mão; logo, não pertenço ao corpo’, nem por isso deixa de fazer parte do corpo. E se o ouvido diz: ‘Eu não sou olho; logo, não pertenço ao corpo’, nem por isso deixa de fazer parte do corpo. Se o corpo inteiro fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo ele fosse ouvido, onde estaria o olfato?
Deus é quem dispôs cada um dos membros no corpo, segundo a sua vontade. Se o conjunto fosse um só membro, onde estaria o corpo? Há, portanto, muitos membros, mas um só corpo.
O olho não pode dizer à mão: ‘Não preciso de você’; e a cabeça não pode dizer aos pés: ‘Não preciso de vocês.’ Os membros do corpo que parecem mais fracos são os mais necessários; e aqueles membros do corpo que parecem menos dignos de honra são os que cercamos de maior honra; e os nossos membros que são menos decentes, nós os tratamos com maior decência; os que são decentes não precisam desses cuidados.
(…) Ora, vocês são o corpo de Cristo e são membros dele, cada um no seu lugar” (1Coríntios 12,12-27).
Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos
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