O dia de Todos os Santos que foi dia 1º/11 e que a Igreja celebra dia 06/11 é um convite para meditarmos sobre o caminho cristão para a santidade.
“Cristão, reconhece a tua dignidade. Por participares, agora, da natureza divina, não te degeneres retornando à decadência de tua vida passada. Lembra-te da Cabeça a que pertences e do corpo de que és membro. Lembra-te de que foste arrancado do poder das trevas e transferido para a luz e o Reino de Deus” (São Leão Magno).
O símbolo da fé professou a grandeza dos dons de Deus na obra de sua criação e, mais ainda, pela redenção e santificação. O que a fé confessa, os sacramentos comunicam: pelos “sacramentos que os fizeram renascer”, os cristãos se tornaram ‘filhos de Deus’ (Jo 1,12; 1Jo 3,1), “participantes da natureza divina” (2Pd 1,4). Reconhecendo na fé sua nova dignidade, os cristãos são chamados a levar a partir de então, uma “vida digna do Evangelho de Cristo” (Fl 1,27). Pelos sacramentos e pela oração, recebem a graça de Cristo e os dons de seu Espírito que os tornam capazes disso.
Jesus Cristo sempre fez o que era do agrado do Pai. Sempre viveu em perfeita comunhão com ele. Também os discípulos são convidados a viver sob o olhar do Pai “que vê o que está oculto”, para se tornarem “perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48).
Incorporados a Cristo pelo Batismo, os cristãos estão “mortos para o pecado e vivos para Deus em Cristo Jesus” (Rm 6,11), participando assim da vida do Ressuscitado. Seguindo a Cristo e em união com ele, podem “tornar-se imitadores de Deus como filhos amados e andar no amor (Ef 5,1), conformando seus pensamentos, palavras e ações aos “sentimentos de Cristo Jesus” (Fl 2,5) e seguindo seus exemplos.
O caminho de Cristo “conduz à vida”, um caminho contrário “leva à perdição” (Mt 7,13). A parábola evangélica dos dois caminhos está sempre presente na catequese da Igreja. Significa a importância das decisões morais para nossa salvação. “Há dois caminhos, um da vida e outro da morte; mas entre os dois há grande diferença” (Didaché 1,1).
A formação da fé cristã, vivida como catequese permanente, deve revelar com toda clareza a alegria e as exigências do caminho de Cristo. Neste sentido, a catequese da “vida nova” em Cristo (Rm 6,4) será:
- a) – Catequese do Espírito Santo, mestre interior da vida segundo Cristo, doce hóspede e amigo que inspira, conduz retifica e fortifica esta vida;
- b) – Catequese da Graça pois é pela graça que somos salvos, e é pela graça que nossas obras podem produzir frutos de justiça, para a vida eterna;
c)- Catequese das Bem-aventuranças, pois o caminho de Cristo se resume nas bem-aventuranças, único caminho para a felicidade eterna, à qual o coração do homem aspira;
d)- Catequese do pecado e do perdão, pois, sem reconhecer-se pecador, o homem não pode conhecer a verdade sobre si mesmo, condição do reto agir, e sem a oferta do perdão não poderia suportar essa verdade;
e)- Catequese das virtudes humanas, que faz abraçar a beleza e a atração pelas retas disposições em vista do bem;
f)- Catequese das virtudes cristãs da fé, da esperança e da caridade que se inspira com prodigalidade no exemplo dos santos;
g)- Catequese do duplo mandamento da caridade desenvolvido no Decálogo;
h)- Catequese eclesial, pois é nos múltiplos intercâmbios dos “bens espirituais” na “comunhão dos santos” que a vida cristã pode crescer, desenvolver-se e comunicar-se.
Devemos dizer como São Paulo: “Para mim viver é Cristo!” (Fl 1,21)
Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos
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