Neste ano, no mês da Bíblia, o Evangelho de São João será a fonte para os estudos, meditações, reflexões e retomadas necessárias à nossa vida e missão, como discípulos missionários de Cristo. Discípulos missionários a partir do Evangelho de João, é assim que somos chamados a dialogar com o nosso caminho e caminhada.
Caminhar, na fé, não é, simplesmente, ter os pés no caminho, mas, ter uma intenção, um olhar, um objetivo e uma meta. Se caminhar é preciso, devemos caminhar com sentido. Por isso, a grande provocação, do mês da Bíblia, se dá pela iluminação temática: “Permaneçam no meu amor para dar muitos frutos” (Jo 15,8-9).
Qual é a grande questão? Caminhar é preciso! Ora, se perspectiva do caminho e da caminhada do discípulo missionário é dar fruto, precisa permanecer no amor de Cristo para dar muito fruto, e, este fruto permaneça.
Vamos retomar o capítulo 15, do Evangelho de São João, para contextualizar o “Permaneçam no meu amor para dar muitos frutos”
A tese fundamental do texto é dada pelos versículos 1-6. O que é Jesus está em perfeita conexão com o que é Pai: videira e agricultor. É dentro desta dinâmica relacional que se forma o ser do discípulo missionário.
Diz o texto: “Eu sou a verdadeira videira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não dá fruto em mim, o Pai o corta. Os ramos que dão fruto, ele os poda para que dêem mais fruto ainda. Vocês já estão limpos por causa da palavra que eu lhes falei. Fiquem unidos a mim, e eu ficarei unido a vocês. O ramo que não fica unido à videira não pode dar fruto. Vocês também não poderão dar fruto, se não ficarem unidos a mim. Eu sou a videira, e vocês são os ramos. Quem fica unido a mim, e eu a ele, dará muito fruto, porque sem mim vocês não podem fazer nada. Quem não fica unido a mim será jogado fora como um ramo, e secará. Esses ramos são ajuntados, jogados no fogo e queimados.”
A outra tese do texto, como derivação da tese fundamental, está descrita nos versículos 6-17. Existe uma relação direta e necessária entre ser e agir. Logo, que é o discípulo missionário transborda, como consequência, no seu fazer, no seu querer, no seu sonhar, no seu pensar, no seu viver.
Diz o texto:
“Se vocês ficam unidos a mim e minhas palavras permanecem em vocês, peçam o que quiserem e será concedido a vocês. A glória de meu Pai se manifesta quando vocês dão muitos frutos e se tornam meus discípulos. Assim como meu Pai me amou, eu também amei vocês: permaneçam no meu amor. Se vocês obedecem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. Eu disse isso a vocês para que minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa. O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês. Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos. Vocês são meus amigos, se fizerem o que eu estou mandando. Eu já não chamo vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que seu patrão faz; eu chamo vocês de amigos, porque eu comuniquei a vocês tudo o que ouvi de meu Pai. Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que escolhi vocês. Eu os destinei para ir e dar fruto, e para que o fruto de vocês permaneça. O Pai dará a vocês qualquer coisa que vocês pedirem em meu nome. O que eu mando é isto: amem-se uns aos outros.”
Comecemos a nos perguntar: “Qual a nossa relação com Cristo-videira e, qual o fruto, visível, desta nossa relação com ele? Esta pergunta poderá ser a oportunidade de uma grande revisão de fé e vida que, talvez, estejamos deixando para depois, faz muito tempo.
Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos