“De manhã semeia tua semente, e à tarde não repouses a mão, pois não sabes qual delas irá prosperar: se esta ou aquela, ou se ambas serão boas” (Ecle 11,6)
Você segue seus sonhos e esperanças ou segue seus medos? Você já teve uma experiência em que teve que enfrentar seus medos para crescer?
AS DUAS SEMENTES… Na primavera, uma jovem senhora semeou o seu jardim. Duas sementes acabaram sendo enterradas uma ao lado da outra. A primeira semente disse para segunda: “Pensa como será divertido, ver crescer nossas raízes bem fundas, no solo e, quando elas estiverem fortes, nós vamos brotar da terra e nos tornar lindas flores para todo mundo ver e admirar!”
A segunda semente ouviu, mas, estava preocupada: “Isso parece legal”, ela disse, “mas a terra não está muito fria? Eu estou com medo de estender minhas raízes nela. E se alguma coisa der errado e eu não me tornar muito bonita? Então a senhora pode não gostar de mim, eu estou com medo.”
A primeira semente, no entanto, não estava intimidada. Ela empurrou suas raízes para baixo na terra e começou a crescer. Quando suas raízes estavam fortes o suficiente, ela emergiu do solo como uma linda flor. A senhora inclinou-se cuidadosamente para ela e orgulhosamente mostrou a flor perfumada para todos os seus amigos.
Enquanto isso a outra semente permanecia dormente.
“Vamos lá”, a flor dizia todo o dia para a sua amiga, “está quente e maravilhoso aqui em cima, no sol!”
A segunda semente estava muito impressionada, mas permanecia amedrontada e com insegurança empurrou uma raiz no solo.
“Ai”, ela disse. “Essa terra ainda está ainda muito fria e dura pra mim. Eu não gosto dela. Eu prefiro ficar aqui na minha própria concha onde estou segura e confortável. Há muito tempo par se tornar uma flor.”
Nada que a primeira semente dissesse mudava a mente da segunda.
Então, um dia quando a senhora estava fora um pássaro faminto voou no jardim, ele ciscava o solo procurando algo para comer.
A segunda semente que estava logo abaixo da superfície estava com muito medo de ser comida. Mas aquele era seu dia de sorte. Um gato pulou do peitoril da janela e espantou o pássaro. A semente suspirou de alívio! E, neste momento, tomou uma importante decisão: “É uma tolice desperdiçar meu curto tempo aqui na terra. Eu vou seguir as minhas esperanças e sonhos de mudança em vez de meus medos. Então, sem outro pensamento, a segunda semente começou a espalhar as suas raízes e também cresceu e se tornou uma linda flor.”
A fé que, nos interroga sobre as razões do nosso viver, também nos interroga sobre as razões do nosso sofrimento e da nossa morte.
A vida não é uma caixinha de surpresas e, nem tão pouco, um jogo de cartas marcadas. A vida, como semente, está lançada no chão e, mais do que à sorte, está entregue a uma existência-mistério e, por isso, surpreendente.
Sendo assim tudo o que pertence a vida, também, nos pertence e deve ser assumido com todas as suas consequências. A mulher grávida sabe que a dor do parto, pertence à alegria do nascimento. A mãe e o pai sabem que as dificuldades e desafios da criação de um filho, pertencem à decisão da gravidez. Mas, tudo é uma questão de saber dar o sentido porque, de outra maneira, qualquer coisa na vida, é um tormento e um absurdo. Todos os dias precisamos renovar o compromisso de viver a vida como ela é. Mas, isso só é possível com uma firme resolução de fé em Cristo.
Disse Jesus: “Eu garanto a vocês: se o grão de trigo não cai na terra e não morre, fica sozinho. Mas se morre, produz muito fruto. Quem tem apego à sua vida, vai perdê-la; quem despreza a sua vida neste mundo, vai conservá-la para a vida eterna. Se alguém quer servir a mim, que me siga. E onde eu estiver, aí também estará o meu servo. Se alguém serve a mim, o Pai o honrará” (Jo 12,24-26).
Jesus é o grão de trigo que nos ensina o valor da vida, numa existência-mistério.
Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos