Primeiro fruto: A fonte que jorra para a vida eterna

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Estamos no mês da Bíblia. O Evangelho de estudo é o de João. O Tema proposto é Discípulos missionários a partir do Evangelho de João. O lema é “Permaneçam no meu amor para dar muitos frutos” (Jo 15,8-9).

Quais são os frutos do seguir-permanecer com o Senhor?

São muitos os frutos; incontáveis. Mas, quero saborear três, dentre eles. O primeiro fruto (sobre o qual escrevo hoje), a fonte que jorra para a vida eterna; o segundo fruto, ver com um novo olhar e, o terceiro fruto, o dom de servir.

Jesus é a água viva e, assim se comunica. Ele transborda a água que sacia para a vida eterna. Ele não faz distinção de ninguém e quer saciar a todos.

Nosso texto de referência é João 4,1-42. O cenário é o poço de Jacó. Em cena estão Jesus e a samaritana. Em torno do poço, do balde e da água acontece um diálogo revelador que culmina em fonte transbordante de água viva.

A mulher com quem Jesus dialoga é uma samaritana. Mulher e Samaritana, não é um detalhe qualquer, mas, um contexto importantíssimo do Evangelho de João e da ação-anúncio-presença Jesus.

No Evangelho de João as mulheres exercem papéis importantes.

Maria, a mãe de Jesus, aparece duas vezes: nas bodas de Caná (2,1-11), quando Jesus realiza o primeiro sinal e, ao pé da cruz (19,25-37), quando se torna a mãe da Comunidade e da Igreja. A mulher adúltera, nós a encontramos em 7,53-8, 1-11. Jesus entra em sua defesa e a protege contra as acusações do Judeus. Do encontro misericordioso com o Senhor, fica evidente quem são os verdadeiros adúlteros. Marta de Bethânia ocupa o centro do evangelho (11,27), com a sua confissão de fé. Maria de Bethânia, irmã de Marta, com um gesto profético, unge os pés de Jesus (12,1-8). Surpreendente é o papel de Maria Madalena, a quem o Senhor Jesus, apareceu ressuscitado pela primeira vez e a enviou como mensageira aos Onze (20,11-18).

Para João, as mulheres tem uma importância paradigmática na missão de Jesus.

A ação-anúncio-presença de Jesus em contextos difíceis, são fonte do novo e implicam na necessidade de conversão, como uma das urgências do Reino.

O relato de João 4,1-42 é muito interessante e nos permite entrar, com a samaritana, no diálogo como o Senhor.

Vamos contextualizar o encontro.

Jesus sai de Jerusalém, em direção à Galiléia e, passa pela Samaria, cidade e povo evitados pelos judeus, por causa de uma inimizade histórica. Essa inimizade remonta ao século 700 antes de Cristo, quando a Assíria invadiu a região do norte (onde morava uma parte do povo de Deus), trazendo seus costumes e religião que se misturaram aos dos invadidos. Assim, tanto o resultado desta mistura (chamada de idolátrica), como a construção do santuário, no Monte Garizim, despertaram as divergências, a inimizade e o preconceito dos judeus do reino do sul contra os do norte.

Jesus não compartilha deste preconceito. Pelo contrário, repudia e convive. Ele está à beira do poço (herança de Jacó), quando a samaritana chega para buscar água. Ele toma a iniciativa de pedir água. A mulher estranha o pedido mas, vê, no pedido e nas disposições de Jesus, a derrubada do muro de inimizade. Então, ela mesma pede Água a Jesus que, lhe revela o tempo novo da Fonte que jorra para a vida eterna.

Consequência deste encontro com a Verdadeira Água Viva é a Nova Religião dos adoradores do Pai em espírito e verdade. Em sinal de adesão e fé a mulher deixou o balde e foi anunciar a chegada do Messias, num transbordamento próprio de quem estava saciada. O que ela experimentara era muito para ficar retido nela mesma.

Sem o verdadeiro encontro com a água viva, não tem como se tornar fonte que jorra para a vida eterna.

Agora abra a Bíblia e se deleite com o maravilhoso texto de João 4,1-42.

 

 

Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos

 

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