Ascensão do Senhor e Dia Mundial das Comunicações Sociais

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Celebramos hoje a Ascensão do Senhor. Este evento não é a partida de Cristo, mas a Sua presença de um modo diverso em nosso meio. Cristo decisivamente é o Deus-conosco para sempre. As palavras de Jesus nos dão esta segurança: “Eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20).

Mas o que significa uma presença diversa? Os Apóstolos, no dia da Ascensão perguntaram a Jesus: “Senhor, é agora que vais restaurar o Reino em Israel?” (At 1,6). Por trás desta pergunta havia a esperança de que Cristo intervisse imediatamente para resolver as condições históricas de Israel com um gesto do seu poder divino. No entanto, responde Jesus:“Não vos cabe saber os tempos e os momentos em que o Pai determinou com a sua própria autoridade” (At 1,7). E Acrescenta Jesus: “Mas Recebereis o poder do Espírito Santo que descerá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e na Samaria, e até os confins da terra” (At 1,8). Portanto, os Apóstolos não devem se preocupar no que compete à decisão de Deus; devem tomar consciência que, com a Ascensão de Jesus, inicia a missão de cada um. Com a Ascensão de Jesus inicia o tempo da Igreja. É importante tomar consciência desta maravilhosa vocação da Igreja e, portanto, de cada um de nós.

Assim disse Jesus: “Ide, e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a observar tudo quanto vos ordenei” (Mt 28,19).

Porém, na espera do retorno de Jesus, ocorre perguntar-se: Como viver a relação entre o céu que virá e a vida presente? O desejo do céu não deve distorcer o empenho de trabalhar sobre a terra. Por um dom de Deus, o cristão não pertence mais ao mundo, mas continua e está presente no mundo. Estar no mundo significa levar todo o peso da história, sentir toda a responsabilidade dos problemas humanos e o empenho de uma concreta solidariedade. E mais: O céu não é um lugar: é uma condição de espírito. O paraíso, de fato, é Deus. Portanto, em qualquer lugar que nos aproximarmos de Deus, ali nos aproximamos do Paraíso e o Paraíso, em parte, já nos pertence. Esta verdade cristã é bela e dá uma profunda alegria.

Teresa de Lisieux um dia escreveu: “Eu quero passar o meu céu fazendo o bem sobre a terra”. Portanto, podemos dizer que o céu e a terra são unidos no mistério do amor e que a caridade cria a continuidade entre a vida da terra e a vida do céu.

Neste dia da Ascensão, a Igreja celebra também o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Não é mera coincidência, mas convergência, uma vez que com a subida de Jesus, cabe a todos nós cristãos sermos os comunicadores da mensagem de Nosso Senhor. Nesta ocasião, compete-nos lembrar e rezar pelos comunicadores profissionais que trabalham nos mais diversos meios de comunicação social, para que não esqueçam, onde quer que estejam atuando, de exercerem sua missão colocando-se a serviço da verdade e da paz.

Uma palavra de gratidão aos agentes da Pastoral da Comunicação que muito têm colaborado para a ação evangelizadora em nossas paróquias e comunidades, sobretudo neste tempo de pandemia do covid-19, através das transmissões das Missas, dos momentos devocionais e em outras ocasiões em que evangelizam utilizando os veículos de comunicação social.

A mensagem enviada pela Papa Francisco para esta ocasião tem como tema: “Para que possas contar e fixar na memória. (Ex 10,2) A vida faz-se história”. Trata-se, portanto de um tema que nos evoca a buscarmos a verdade das narrações de boas histórias “que edifiquem, que ajudem a reencontrar as raízes e a força para prosseguirmos juntos”. Cinco pontos são tratados pelo Sumo Pontífice para desenvolver este tema: 1) Tecer histórias; 2) Nem todas as histórias são boas; 3) A história das histórias; 4) Uma história que se renova; 5) Uma história que nos renova. Nós não vamos aprofundar isto aqui, mas eu lhes peço, queridos irmãos e irmãs, que no exercício das leituras desta semana, busquem na internet esta mensagem e façam dela a oportunidade para um exercício espiritual. Precisamos sempre mais mergulhar no profundo de nossas histórias para encontrar as razões heroicas que nos ajudam a enfrentar os desafios da vida. O Sumo Pontífice nos lembra que “somos todos parte de uma história que é maior do que nós mesmos”.

Que o Divino Espírito Santo nos ajude, nos oriente e nos conduza, para sermos sempre comunicadores do Santo Evangelho, narradores de boas histórias, portadores da fé, da esperança e do amor, hoje e sempre! Amém!

 

Dom Edilson Soares Nobre
Bispo Diocesano de Oeiras – PI

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