Justiça! Justiça! Justiça! Justiça!
Nos quatro cantos do mundo existe, sempre, alguém clamando por justiça ou buscando-a a qualquer preço. Mas, afinal, o que é justiça?
O imaginário coletivo sabe identificar e já consagrou a balança, como sinônimo de justiça. Tal pensamento se assenta sobre o princípio de equidade, segundo o qual, a medida de cada um equivale ao seu mérito.
No Antigo Testamento, a Lei do Talião é um claro exemplo deste pensamento: toda infração será passível de uma pena proporcional ao dano causado. É claro que, a Lei do Talião cumpre um papel importantíssimo no regramento inicial da sociedade tribal, mas, seu enunciado ficou incutido nas mentes e nos corações. “Fratura por fratura, olho por olho, dente por dente. A pessoa sofrerá o mesmo dano que tiver causado a outro” (Lv 24,20) Assim também a doutrina teológica da retribuição presente no livro de Jó: aos bons está reservado o bem e aos maus está reservado o mau.
A Vingança, então, seria justiça? Claro que não! A vingança é o princípio da justiça feita pelas próprias mãos.
Jesus, inverte a lógica da Lei do Talião e ensina a busca fundamental: “Em primeiro lugar busquem o Reino de Deus e a sua justiça, e Deus dará a vocês, em acréscimo, todas essas coisas” (Mt 6,33) e a regra de ouro: “Tudo o que vocês desejam que os outros façam a vocês, façam vocês também a eles. Pois nisso consistem a Lei e os Profetas” (Mt 7,12).
Assim, diz o Senhor em Mateus 5,17-44
A justiça e o Reino do Céu. “Não pensem que eu vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim abolir, mas dar-lhes pleno cumprimento. Com efeito, eu lhes garanto: se a justiça de vocês não superar a dos doutores da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino do Céu.”
A primazia da vida. “Vocês ouviram o que foi dito aos antigos: ‘Não mate! Quem matar será condenado pelo tribunal’. Eu, porém, lhes digo: todo aquele que fica com raiva do seu irmão, se torna réu perante o tribunal. Quem diz ao seu irmão: ‘imbecil’, se torna réu perante o Sinédrio; quem chama o irmão de ‘idiota’, merece o fogo do inferno.”
Juramento e verdade. “Vocês ouviram também o que foi dito aos antigos: ‘Não jure falso’, mas ‘cumpra os seus juramentos para com o Senhor’. Eu, porém, lhes digo: não jurem de modo algum… Diga apenas ‘sim’, quando é ‘sim’; e ‘não’, quando é ‘não’. O que você disser além disso, vem do Maligno.”
Justiça e misericórdia. “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ Eu, porém, lhes digo: não se vinguem de quem fez o mal a vocês. Pelo contrário: se alguém lhe dá um tapa na face direita, ofereça também a esquerda! Se alguém faz um processo para tomar de você a túnica, deixe também o manto! Se alguém obriga você a andar um quilômetro, caminhe dois quilômetros com ele! Dê a quem lhe pedir, e não vire as costas a quem lhe pedir emprestado.”
O testemunho do amor. “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo, e odeie o seu inimigo!’ Eu, porém, lhes digo: amem os seus inimigos, e rezem por aqueles que perseguem vocês!”
Com Jesus, o princípio de justiça deixa de ser o de retribuição e pena e, passa a ser a misericórdia: dar a cada um o que cada um precisa, independentemente do mérito.
Na verdade, Jesus é a Justiça do Pai e, tudo o que Ele faz e ensina, já é o advento da justiça.
Que venha a justiça de Deus! Que reine sobre nós o Cristo, Senhor!
Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos
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