Reflexão de Dom Edilson Nobre por ocasião da Solenidade de São Pedro e São Paulo

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Dois homens diferentes e uma só santidade!

Hoje a Igreja recorda o martírio de dois apóstolos: Pedro e Paulo. O martírio é um gesto que nos faz refletir seriamente, pois ninguém dá a própria vida por nada.

Quem era Pedro? Era um humilde pescador de uma “perdida” região (a Galileia). Era um homem marcado pelo cansaço com uma atividade que o absorvia completamente e que o limitava culturalmente. Quando Jesus o chamou, Pedro não era um santo. Deus, de fato, não chama os santos, mas chama para que estes se tornem santos. É um fato que coloca em nossos corações uma grande esperança.

Pedro era um impulsivo: fácil de entusiasmar-se, mas também fácil de desencorajar-se. Este fez a amarga experiência na tarde da paixão de Jesus: para Pedro aquela devia ser a hora da verdade, a hora da humildade, a hora da máxima purificação do coração. Jesus escolhe este homem flutuante pra transformá-lo na pedra fundamental da Igreja. É uma escolha de Deus. Uma escolha que somente o Onipotente é capaz.

Hoje também recordamos o Apóstolo Paulo. Se Pedro é o sinal e o convite à unidade, Paulo é o sinal e o convite à missão!

Quem era Paulo? Era um grande fanático. Um homem intolerante e duro. Ele, antes de converter-se, fez sofrer tantos cristãos. Já convertido, Paulo escreveu a Timóteo: “Eu fui um blasfemador, um perseguidor, um violento. Mas me foi usada a misericórdia, porque eu agia sem saber, distante da fé… Esta palavra é segura e digna de ser aceita por todos: Cristo veio para salvar os pecadores e, entre estes, o primeiro sou eu” (I Tim 1, 13-15).

Porém vem a hora da luz. Jesus foi ao encontro de Paulo sobre a via de Damasco e lhe arrancou a máscara do orgulho com uma só pergunta: “Saulo, Saulo, porque me persegues?” (At 9,4). Saulo responde mudando de vida. Uma mudança que pagará caro, porque pagará com o sangue! Sobre Paulo, de fato, se abaterá uma perseguição brutal, selvagem… Será preso em Listra, na Ásia Menor, será flagelado pelos Judeus, assaltado pelos brigantes e colocado em dificuldades por causa dos ciúmes e das calúnias da parte dos maus cristãos.

Mas nada impedirá o seu zelo. Escrevendo aos Romanos chegou exprimir-se assim: “Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada?… Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores em virtude daquele que nos amou. Eu sou convicto que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro… nem alguma outra criatura poderá nos separará do Amor de Deus em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8, 35-39).

O Prefácio da Missa de hoje, ao Referir-se aos dois (Pedro e Paulo), apresenta-nos estas palavras: “Vós nos concedeis a alegria de festejar os Apóstolos São Pedro e São Paulo. Pedro, o primeiro a proclamar a fé, fundou a Igreja primitiva sobre a herança de Israel. Paulo, mestre e doutor das nações, anunciou-lhes o Evangelho da salvação. Por diferentes meios, os dois congregaram a única família de Cristo e, unidos pela coroa do martírio, recebem hoje, por toda a terra igual veneração”.

Hoje se morre pelo esporte, se morre para conquistar o primado, se morre pela ciência: tudo isso nós chamamos heroísmo. Mas o verdadeiro heroísmo é dar a vida pelo máximo bem: Deus! Para nós é este o heroísmo? Ou deixamos Cristo de lado, substituindo-o pelos ídolos do momento?

 

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