Centenas de fiéis participaram da Missa da Ceia do Senhor na Igreja Catedral de Nossa Senhora da Vitória, na tarde dessa Quinta Feira Santa, 18/04/2019, às 17h. Nessa celebração Dom Edilson Nobre, bispo diocesano procedeu a cerimônia do Lava-pés, momento em que lavou os pés de 12 homens da comunidade, representando de forma simbólica os 12 discípulos de Jesus, repetindo o gesto de humildade de Cristo. Ainda nessa celebração litúrgica o bispo diocesano fez memória da instituição da Eucaristia, atualizando o memorial da Paixão e morte do Senhor. Logo após a missa, aconteceu a transladação do Santíssimo Sacramento da Capela-mor até a Capela do Santíssimo, ficando em adoração até meia noite. Esta celebração foi concelebrada pelos padres Possidônio Barbosa, José Francisco da Silva (administrador e vigário da Catedral), Pe. Anchieta, da Diocese de São Raimundo Nonato, Diácono Jonh Elves e seminaristas maiores. E ás 21h o centro histórico foi cenário para a procissão do Fogaréu.
O Lava-pés é um ritual litúrgico realizado, durante a celebração da Quinta-feira Santa, quando recorda a última ceia do Senhor. Jesus, ao lavar os pés dos discípulos, quer demonstrar Seu amor por cada um e mostrar a todos que a humildade e o serviço são o centro de Sua mensagem; portanto, esta celebração é a maior explicação para o grande gesto de Jesus, que é a Eucaristia. O rito do lava-pés não é uma encenação dentro da Missa, mas um gesto litúrgico que repete o mesmo gesto de Jesus, como compromisso de estar a serviço da comunidade, para que todos tenham a salvação, como fez Jesus.
Com a Missa da Ceia do Senhor, a Igreja dá início ao chamado Tríduo Pascal e faz memória da Última Ceia, quando Jesus, na noite em que foi traído, ofereceu ao Pai o Seu Corpo e Sangue sob as espécies do Pão e do Vinho, e os entregou aos apóstolos para que os tomassem, mandando-os também oferecer aos seus sucessores. A palavra “Eucaristia” provém de duas palavras gregas “eu-cháris”, que significa “ação de graças”, e designa a presença real e substancial de Jesus Cristo sob as aparências de Pão e Vinho.
Na homilia, Dom Edilson Nobre, falou que “Jesus na sua condição divina, se rebaixou à altura de nossa humanidade e pequenez, nos dando um grande exemplo de serviço e humildade; que ao ajoelhar-se nos ensinou que veio para nos amar e servir; Ele veio para lavar as impurezas do nosso corpo, da alma, do coração; ressaltou que é admirável a capacidade de Jesus nos ensinar de maneira simples, algo tão necessário; ao lavar os pés dos discípulos Ele nos faz enxergar que perante Deus somos todos iguais; Lembrou que na semana passada, o Papa Francisco prostrou-se diante dos governantes do Sudão e beijou-lhes os pés pedindo paz; finalizou dizendo que a Santa Missa é mistério de amor onde Jesus se dá por inteiro a cada um de nós, que não guardemos esse amor só para nós, que o levemos para os pobres, aos nus, aos famintos, familiares, amigos e desconhecidos, Cristo é nossa Pascoa”, enfatizou Dom Edilson.
Grupos de oração, escolas, pastorais, movimentos e populares prestaram seu momento de adoração ao Santíssimo Sacramento, dentro da Catedral de Nossa Senhora da Vitória, revezando de hora em hora, com cânticos sacros, louvor e recitação do Santo Terço até a meia noite. Os altares foram desnudados como sinal de respeito e humildade.
A Quinta feira Santa retrata ainda a agonia de Jesus no jardim situado no sopé do Monte das Oliveiras, em Jerusalém (atual Israel), onde acredita-se que Jesus e seus discípulos tenham orado na noite anterior à sua crucificação.
Às 21h o Centro Histórico foi tomado por fieis que participaram da tradicional procissão do Fogaréu. Uma manifestação da religiosidade popular que acontece há quase duzentos anos em Oeiras e é reservada aos homens, que carregando lamparinas rústicas movidas a querosene, simbolizam os soldados romanos que foram ao encontro de Cristo para prendê-lo. Dentro dessa mística, os romeiros estão em busca de Jesus para guarda-lo em seus corações. Centenas romeiros acompanharam a procissão do Fogaréu.
O Sermão do Fogaréu foi proferido pelo Pe. Rogério Nascimento, administrador da Paróquia São Francisco de Assis, Campinas. Encerrando a procissão os romeiros entraram na Igreja Catedral para um momento de Adoração
ao Santíssimo Sacramento, agradecendo as graças e bênçãos recebidas.