Liturgia Dominical:”Ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz”

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Quarto Domingo da Páscoa

Ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz!

Na Bíblia, muitas vezes, Deus é chamado “Pastor de Israel”. É uma imagem humana com a qual Israel exprime a sua particular ligação com Deus e a sua segurança que nasce da fé n’Ele. Fazendo referência a esta maravilhosa experência religiosa do povo de Deus, Jesus, um dia, olhando provavelmente a cena de um recinto com ovelhas e a cena de um pastor que conduzia o seu rebanho, pegou a imagem do pastor e a aplicou a si, dando-nos a luz para entendermos o mistério da Sua pessoa.

Jesus diz: “O pastor conduz as suas ovelhas para fora… caminha à sua frente e as ovelhas o seguem…” A vida é um caminho, nos recorda Jesus. Mas se a vida é um caminho, o sentido de tudo está na meta do caminho. Quem esquece a meta, condena a vida a ser um vazio, uma inquietude profunda. Em Cristo nós recebemos o dom de saber que a vida há uma meta: caminhamos à luz desta esperança, libertando-nos de todos os fardos das falsas riquezas e acolhendo serenamente os desafios que a vida nos proporciona.

Jesus diz ainda: “As ovelhas escutam a sua voz: Ele chama as suas ovelhas pelo nome e as conduz para fora. E, depois de fazer sair todas as que são suas, caminha à sua frente, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz” (Jo 10,3-4). Jesus diz que se chega a Ele por uma atenção interior, que coloca em movimento a pessoa e a guia ao encontro através de uma gravidade que parte do coração. É do coração do homem que parte a busca de Deus. A contínua conversão é necessária para todos. A Deus não se chega sem uma paciente purificação de cada arrogância e de cada autossuficiência: A Deus se chega “descalso”!

Jesus disse: “O ladrão não vem senão para roubar; eu vim para que tenham a vida” (Jo 10,10). Nestas palavras há uma advertência: se o homem confia naqueles que roubam, matam e destroem a sua dignidade, não faz outra coisa senão encher-se do vazio e será uma tremenda ilusão e uma amarga experiência de engano. Não só! Jesus nos avisa que muitos virão para roubar a verdade do coração das pessoas, para destruir a vida. Existem os ladrões da sacralidade da vida humana: que não respeitam a vida das crianças, dos doentes e dos anciãos. Existem também os ladrões do próprio senso da vida: a contínua proposta de divertimento criou uma sociedade em que todos, antes ou depois, seremos condenados a ficarmos sós… porque seremos declarados objetos inúteis que não divertem mais. Qual é então a estrada que leva a Deus?

Aqui Jesus quer conduzir a nossa busca e responde: “Eu vim para dar a vida”. Se Deus é Aquele que se doa, se Deus é amor humilde e paciente, se Deus é capaz de carregar também a cruz, então a estrada de Deus se encontra com a nossa estrada no momento em que começamos a viver doando, amando e perdoando como Deus. Só no dom de si se faz experiência de Deus. E na experiência de Deus se ilumina a vida e se encontra a razão da existência e uma grande paz.

Dom Edilson Soares Nobre

Bispo Diocesano de Oeiras

 

 

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