Liturgia Dominical: “Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo”

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Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo

Um reinado que não tem fim

Com a solenidade de Cristo Rei, concluímos o ano litúrgico. O Evangelho que nos é apresentado hoje, segundo a narração de São João, nos mostra que tipo de rei é Jesus. O texto situa-se dentro da narrativa da paixão do Senhor. 

Perguntado por Pilatos, Jesus responde que seu reino não é deste mundo. Pilatos insiste: “Tu és o rei dos Judeus?” Respondeu Jesus: “Tu o dizes: eu sou rei. Para isto nasci e para isto vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Quem é da verdade, escuta a minha voz” (Jo 18,37). Jesus é rei, mas não como os reis deste mundo. Existe um reino diferente que se realiza em Cristo neste mundo, sem ser deste mundo. Isto significa que Jesus veio instaurar um reino diferente, chamado Reino dos céus. Porém, o fato de dizermos reino dos céus, não significa que este está longe de nós. Estamos falando de um reinado muito concreto, onde predomina o Amor, o Serviço e a Doação, e que é construído aqui na terra. O Filho de Deus feito homem é Senhor do céu e da terra. Nele todas as coisas foram criadas e para Ele tudo existe. Este reinado não se restringe a alguma parte da terra, nem a uma porção de pessoas. A Ele estão sujeitos todos os senhores da terra, os corações de todos os seres humanos. Isso na ordem da criação e na ordem da redenção. Por isso, o Apocalipse pode dizer: “Jesus Cristo é a testemunha fiel, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, o soberano dos reis da terra” (Ap 1,5). Todos hão de reconhecê-lo. 

Jesus, o Alfa e o Omega, o Senhor da História, instaurou um novo tipo de reinado: “Fez de nós um reino de sacerdotes para Deus, seu Pai, a ele pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos”. Trata-se, pois, de um reinado de ordem espiritual a que devem sujeitar-se e servir todas as instituições terrenas para o bem da humanidade. É um reinado transformado em sacerdócio, em que o dom sagrado tenha a primazia em tudo. Todas as coisas sejam acolhidas e reconhecidas como dom de Deus e todas as realidades sejam orientadas para Deus, por Cristo, com Cristo e em Cristo Jesus. Todas as realidades n’Ele e por Ele adquirem sentido. Jesus não veio fazer concorrência com os reis e senhores desta terra. Ele está acima de todos e todos lhe devem estar sujeitos, queiram ou não. “Foram-lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam; seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá” (Dn 7,14). No fim, “Ele entregará à infinita majestade divina este reino eterno e universal: reino de verdade e de vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça, do amor e da paz”. Este reino tem início neste mundo e permanecerá para sempre. O Apocalipse nos convida a dizer: “A Ele pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém”.

 

Dom Edilson Soares Nobre

Bispo Diocesano de Oeiras

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