Liturgia Dominical: ” Deus começa pelos últimos “

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Terceiro Domingo Tempo do Comum

Deus começa pelos últimos

Neste terceiro domingo do Tempo Comum a liturgia nos propõe seguirmos os passos de Jesus que realiza a sua primeira atividade missionária. Neste percurso procuremos entender as escolhas do Mestre, para que daí aprendamos também a fazer nossas escolhas.

Jesus inicia o seu ministério na Galiléia. Está escrito: “Deixou Nazaré e foi morar em Cafarnaum, que fica às margens do Mar da Galiléia”(Mt 4,13). Os galileus eram vistos como pessoas pouco evoluídas e tinham pouquíssima influência na vida de Israel. Jesus começa com eles. É uma escolha sua. Os que são “insignificantes” aos olhos de muitos, são queridos e amados por Deus. Este comportamento de Jesus é, na verdade, a repetição de uma prática de Deus Pai na história da salvação. Ele coloca-se do lado daqueles que são considerados os últimos. A prática de Jesus vem confirmar o que foi profetizado pelo profeta Isaías na primeira leitura: “Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar, região do outro lado do rio Jordão, Galiléia dos pagãos! O povo que andava na escuridão viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu” (Is 9,1). Esta é uma das lições que pode nos servir: Nós que acreditamos em Deus não podemos ser indiferentes aos pobres, aos últimos, àqueles que não são arrogantes nem presunçosos. Os que são “insignificantes” aos olhos de muitas pessoas.

No Evangelho, as primeiras palavras de Jesus são: “convertei-vos, porque o reino dos céus está próximo” (Mt 4,17). Jesus convida cada pessoa a refletir sobre si mesma, a mudar de mentalidade, a jogar fora as esperanças enganadoras e procurar a Esperança que não engana. Não tenhamos medo desta proposta. Lembremo-nos que quando caem as seguranças humanas, é hora da segurança de Deus.

Deus se encontra nas contestações de si próprio. Nós o encontramos vivendo humildemente, atentos e disponíveis para irmos ao encontro daqueles que são material e espiritualmente carentes de atenção. Se entendermos isto podemos nos colocar de joelhos diante do Senhor, e assim, sentiremos o pulsar do seu coração.

Vejamos quem são as primeiras pessoas chamadas por Jesus: Simão e André, Tiago e João. Cristo chama homens pobres e frágeis. Convida-os a serem “pescadores de homens” É este Cristo que nos dá a luz e nós somos chamados a iluminar. O dom da salvação nos faz salvadores com o Salvador. Temos a consciência desta responsabilidade? Como devemos ser colaboradores de Jesus?

São Paulo, na segunda leitura (1 Cor 1,10-13.17) sofre por causa da Igreja de Corintios porque era uma Igreja dividida. “Eu vos exorto, pelo nome do Senhor nosso, Jesus Cristo, a que sejais todos concordes uns com os outros e não admitais divisões entre vós. Pelo contrário, sede bem unidos e concordes no pensar e no falar”. Palavras pertinentes, pois, é impossível que uma Igreja dividida seja capaz de anunciar Jesus Cristo. A nossa primeira colaboração está em sermos um povo novo que vive o amor, a misericórdia e o perdão. Somos chamados a vivermos a caridade na família e na comunidade.

Caríssimos! Se as obras do nosso apostolado não nascem da caridade vivida, são ações vazias, são gestos estéreis que não produzirão frutos, porque são separados de Deus.

Dom Edilson Soares Nobre

Bispo Diocesano de Oeiras

 

 

 

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