Chamamos de “Missa da fugida”, a missa de hoje. “Procissão da fugida” de Bom Jesus dos Passos. Mas o que é a fugida? Quem foge, foge de algo que amedronta. Fugiria da cruz, o Bom Jesus? Fugiria da morte? Fugiria da sua missão de salvar a humanidade? No final do evangelho de hoje, diz-se que quando pegaram em pedras para apedrejá-lo Jesus escondeu-se e saiu do meio deles. Mais adiante, quando Jesus falava de sua comunhão com o Pai e quiseram prendê-lo, Ele escapou das mãos deles. Jesus sabia que sua hora ainda não chegara, embora se aproximasse.

Jesus, na verdade foge para o Monte das Oliveiras, onde ora ao Pai em profunda comunhão e comoção. Ali, Ele vive na solidão e na tristeza, os últimos momentos antes de chegar a “sua hora”. Pede ao Pai que se possível afaste dele, aquele cálice. Porém que não se faça seu querer, mas o querer do Pai. (cf. Jo 26,39.42).

Jesus foge, mas volta para encontrar-se com as mulheres que choravam, com o Cireneu que lhe ajuda, com sua mãe, que chora e silencia, comigo, com você.

A vida é feita de encontros; e às vezes desencontros. No encontro Jesus diz aos judeus: “se alguém guarda a minha palavra jamais verá a morte”. Ele tem palavra de vida eterna. Ele é o Filho de Deus, é eterno como o pai “antes que Abraão existisse, eu sou”.

Jesus é maior do que todos: Abraão, Davi, Salomão, Moisés, João Batista. Enfim, é o filho de Deus feito Homem e Salvador de todos os que guardam a sua palavra.

Jesus não é um entre os grandes, é o Deus feito homem por amor! Entrando com humildade no mundo transforma-o em “casa de Deus”, fazendo parte de nossa história contingente e passageira torna-a história da salvação divina, tomando sobre si a natureza humana eleva-a à esfera divina. Ele é o maior dom que a humanidade pode receber. Vamos acolher este dom. Ele já veio ao nosso encontro e nos acolheu.

+ Juarez Sousa da Silva