Milhares de fieis participaram das cerimônias da Sexta-Feira Santa em Oeiras. Às 08h da manhã os católicos estiveram na Igreja catedral para a confissão comunitária conduzida pelo Pe. Possidônio Barbosa, Administrador da Paróquia Nossa Senhora da Vitória. À tarde a celebração da Paixão do Senhor teve início às 17h, com liturgia da Palavra, Adoração da Santa Cruz e Comunhão geral dos fieis. Após as cerimônias internas os fieis deixaram o interior da catedral e presenciaram a cerimônia do Descimento da Cruz, seguida da procissão do Senhor Morto. O Sermão do Descimento da Cruz foi proferido pelo Pe. Tony Batista, vigário geral da arquidiocese de Teresina.
A Sexta-Feira Santa é também chamada de “Sexta-Feira da Paixão”, dia em que os cristãos relembram a crucificação de Cristo na cruz. Nesta data ocorrem diversos rituais religiosos. A Igreja Católica aconselha os fiéis a fazerem algum tipo de penitência, como jejum, a abstinência de carne e qualquer ato que se refira ao prazer. Procissões e reconstituições da Via-Sacra são alguns dos rituais mais difundidos.
Em Oeiras essa tradição tem aproximadamente duzentos anos, momento celebrativo que atrai milhares de romeiros a Primeira Capital do Piauí, que tem o título de “Capital da Fé”. Pessoas vindas de diversas comunidades, das cidades vizinhas e distantes e de outros estados, bem como oeirenses ausentes, visitam a cidade nessa época do ano, pois simboliza o encontro de todos os oeirenses com suas tradições.
A cerimônia da Sexta-Feira Santa em Oeiras foi conduzida pelo bispo, Dom Edilson Soares Nobre, bem como por representações do clero diocesano. No Sermão do Descimento da Cruz, o Pe. Tony Batista no adro da catedral descreveu aspectos teológicos sobre a paixão e morte do Senhor, transitando para campo social e político dos dias atuais. Analisando de forma contundente a crise que vive o Brasil e o mundo, vítima das guerras, da intolerância, do terrorismo e da corrupção.
Encerrando o sermão, a imagem do Senhor Morto, fixada no adro da Igreja Catedral, foi retirada solenemente por homens da comunidade, representando José de Arimateia e Nicodemos, colocada em um esquife e levada em procissão pelas ruas de Oeiras; num grande funeral ao som da banda Santa Cecília que executou as marchas fúnebres.