Município de Anchieta comemora canonização de seu fundador

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Agência Parresia

Cerca de 4 mil pessoas, entre fiéis devotos e autoridades políticas e religiosas marcaram presença no Santuário Nacional Padre Anchieta, no município de Anchieta (ES) para a celebração de canonização de seu fundador, José de Anchieta. A solenidade aconteceu no dia 2 de abril de 2014. Após a beatificação de Anchieta pelo então Papa João Paulo II, em junho de 1980, sua canonização agora foi proclamada por iniciativa do Papa Francisco. Já em Roma, a Missa em Ação de Graças pela canonização foi celebrada no dia 24 de abril.

Na ocasião da festividade em Anchieta, o Santuário Nacional promoveu uma coletiva de imprensa junto aos veículos de comunicação presentes, que cobriram o evento dando a ele repercussão nacional. Já a Santa Missa foi celebrada pelo Arcebispo de Vitória, Dom Luiz Mancilha Viela, e co-celebrada pelos bispos auxiliares Dom Rubens Sevilha, Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias, o reitor do Santuário Pe. Acrízio Sales, o sacerdote provincial dos jesuítas do Brasil Nordeste, Pe. Miguel Martins, entre outros.

De acordo com o prefeito de Anchieta, Marcus Vinicius Doelinger Assad, o município já vem se estruturando turisticamente mesmo antes de ter a certeza da canonização, por meio de um trabalho de conscientização feito com a população, classe empresarial e comércio. “Espera-se um aumento considerável do turismo religioso. É grande a satisfação em compartilhar este momento com a Igreja Católica e com a população de Anchieta. Estamos investindo em mobilidade urbana para melhor atender aos peregrinos”, disse o prefeito. Por fim, Marcus disse que acredita que a canonização vem trazer um desenvolvimento regional muito grande. “O Estado, Anchieta e os municípios do entorno vão ser beneficiados”, completou.

A Missa em Ação de Graças pela canonização de Santo Anchieta, contou com a presença do prefeito Marcus Vinicius Doelinger Assad, do diretor do Santuário, Padre Acrízio; representando a Secretaria de Cultura de Anchieta, Renata Geneviève Rocha Pires Rosa; e o diretor da Agência de Comunicação CatólicaParresia, Ricardo Gomes em Roma no dia 24/04 .

Religioso conhecido como o “Apóstolo do Brasil”, Padre Anchieta chegou em território brasileiro quando ainda era um jovem jesuíta espanhol de 19 anos, antes mesmo de ser ordenado sacerdote. Seu único propósito de conquistar almas para Cristo. Ele fazia parte da comitiva do segundo Governador geral do Brasil, Dom Duarte Costa. Chegou a Salvador, na Bahia de Todos os Santos, em julho de 1553. Aqui, catequizou índios e colonizadores; cuidava das doenças e feridas das almas, da espiritualidade de todo o povo. Por isso lhe foram conferidos vários títulos que o homenageavam.

Nascido em São Cristóvão, Tenerife (uma das ilhas do Arquipélago das Canárias) em 19 de março de 1534, José Anchieta faleceu aos 63 anos no povoado que ele mesmo havia ajudado a edificar em 1569: Iritiba (a atual Anchieta), na Capitania do Espírito Santo. Era o dia 9 de junho de 1597 quando José de Anchieta entregou sua alma a Deus.

DO SANTUÁRIO

Localizado em uma encosta do morro do Rio Benevente o Santuário Nacional Padre Anchieta é o núcleo histórico da cidade, localizada a 80 km da capital, Vitória. Foi o lugar escolhido pelo então beato José de Anchieta para viver os últimos anos de sua vida.

Enquanto obra arquitetônica, o Santuário Nacional de Anchieta é uma construção jesuítica do Brasil Colônia. Foi erguido entre meados do século 16 e início do século 17. O Conjunto Jesuítico de Anchieta abriga o Museu Padre Anchieta e a sede da Paróquia Nossa Senhora da Assunção.

Em 1943, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, reconhecendo a relevante importância deste monumento para a Memória Nacional, promoveu seu tombamento. Em 1994, teve início o Programa de Restauração do Conjunto Jesuítico de Anchieta, com o objetivo de promover a conservação do monumento e resgatar as características marcantes da construção original. Das descobertas mais importantes destacam-se os escombros da sacristia primitiva, ao lado da Capela-mor. Aspectos e detalhes construtivos foram reconstituídos, assim como ornamentos e elementos decorativos que não faziam parte da construção original foram removidos.

Nome que se dá ao cômodo de moradia severo e simples de um religioso, a cela de Padre Anchieta era o lugar para onde ele se retirava, isolando-se de para rezar, escrever e dormir. Nesta cela, Padre Anchieta hospedou-se muitas vezes em suas passagens pela localidade. Nela, recuperava-se dos desgastes físicos causados pelas longas viagens que fazia sempre a pé, a fim de preparar e fortalecer as comunidades indígenas. Nela, ele faleceu.

Atualmente, a cela abriga um pedaço do osso da tíbia do beato José de Anchieta, que pertencia, desde o ano de 1759, ao governo do Espírito Santo. A relíquia foi devolvida em 1888 aos jesuítas, que a levaram para Nova Friburgo, RJ. Voltando a residir em Anchieta, os jesuítas trouxeram de volta, em 1944, a relíquia do Beato, cuja proteção ainda hoje invocam.

(Por Ana Paula Teixeira)

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