Tríduo Pascal

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O  povo de Deus simples e sabiamente, chama de “dias grandes”, os dias da Quinta-feira até o Domingo de páscoa. De fato são três grandes dias. A sua grandeza consiste em ser o Tríduo Pascal, no qual celebra-se o Mistério Pascal. Santo Agostinho diz que o conteúdo da fé do cristão é o Mistério Pascal  de Cristo (Fides Cristianorum ressurrectio Christi est). Desde a Ressurreição do Senhor toda a existência da Igreja, e nela a existência dos cristãos, manifesta a celebração deste Mistério. Quando os cristãos se reúnem em qualquer tempo do ano para celebrar os grandes momentos de sua fé, o fazem sempre com celebração da Eucaristia, o sacramento da Páscoa do Senhor que deve ser celebrado “até que Ele venha” (1 Cor 11,26).

O Tríduo pascal é uma unidade que não pode ser entendido como preparação para a Páscoa, mas como a própria Páscoa celebrada em três dias. Tem início na Missa da Ceia do Senhor e ápice na Vigília Pascal (Sábado Santo), e termina com as vésperas do Domingo da Ressurreição. (Cf. Ordenamento Geral).

Na Quinta-feira Santa, a partir da Missa da Ceia do Senhor, tem início o Tríduo da Páscoa do Senhor. As leituras proclamadas nos ajudam a viver o Mistério Pascal. As primeiras leituras apresentam, respectivamente, a Páscoa do Primeiro Testamento e ado segundo Testamento, ao passo que o Evangelho apresenta o episódio da Ceia de Jesus, como cumprimento da Páscoa do Primeiro Testamento e antecipação da Páscoa do Segundo Testamento. Aquele que “não veio para ser servido mas para servir e dar a vida em resgate de muitos” (Mc 10,45) entrega aos seus discípulos o mandamento novo do amor, com o gesto do “lava pés” dizendo “dei-vos o exemplo para que façais a mesma coisa que Eu fiz” (Jo 13, 15). Perante este gesto oblativo e humilde de Jesus o cristão é convidado a conformar sua vida à do Mestre.

Na Sexta-feira Santa, celebra-se também a páscoa e não um funeral. A morte de Cristo é uma  morte gloriosa por que traz a vida para todos; é uma paixão salvífica. Na liturgia  se proclama a narração da Paixão de Cristo segundo o evangelista João, para o qual a cruz de Jesus é um trono e a sua morte um triunfo. Nessa perspectiva faz-se a solene oração dos fiéis pelas grandes intenções da Igreja e do mundo. Faz-se aqui, a “adoração da cruz” venerada como cruz gloriosa. “Bendita e louvada no céu a divina Luz cantemos também na terra louvores à Santa Cruz”. Neste dia não se celebra a Santa Missa.

O Sábado Santo é o dia de “um grande silêncio que envolve a terra inteira”, no qual se recorda a sepultura e a descida de Cristo à mansão dos mortos. Não há celebração da Eucaristia.

Domingo de Páscoa e da Ressureição é o terceiro dia do Tríduo e primeiro do Tempo Pascal. Inicia-se com a Vigília Pascal, a “mãe de todas as vigílias”. Realiza-se de noite,  que é a gestação do novo dia, para significar a passagem do Senhor das trevas da morte para a luz da vida gloriosa, que garante a passagem dos que acreditam em Cristo, mediante os sacramentos pascais, do homem velho destinado pelo pecado à morte, para o homem novo destinado à glória, vida plena. A Vigília Pascal se divide em quatro momentos que devem ser entendidos numa unidade: liturgia da luz/proclamação da Páscoa, liturgia da Palavra, liturgia batismal e liturgia Eucarística. É a celebração de Cristo que ressuscitado dos mortos  já não morre mais” (Rm 6,9). Aguarde.

Dom Juarez Sousa da Silva

Foto: Google

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