Papa Francisco na Audiência Geral: orgulho humano que explora a criação destrói

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Quarta-feira, 22 de fevereiro: audiência com Papa Francisco na Praça de São Pedro. Na sua catequese, partindo do cap. 8 da epístola de S. Paulo aos Romanos,  o Papa desenvolveu o tema “na esperança nós todos fomos salvos”, reafirmando que o orgulho humano, ao explorar a criação, também a destrói.

Muitas vezes somos tentados de pensar que a criação é nossa propriedade, uma posse que podemos explorar como quisermos e pela qual não devemos prestar contas a ninguém, mas Paulo nos recorda que a criação é um dom maravilhoso que Deus colocou nas nossas mãos, para podermos entrar em relação com Ele e nela podermos reconhecer a marca do seu desígnio de amor, para cuja realização todos somos chamados a colaborar, dia após dia – explicou Francisco:

“Mas quando se deixa levar pelo egoísmo, o ser humano acaba por arruinar mesmo as coisas mais belas que lhe foram confiadas. E assim sucedeu também com a criação. Com a experiência trágica do pecado, quebrada a comunhão com Deus, nós quebramos a comunhão original com tudo aquilo que nos rodeia e acabámos por corromper a criação, tornando-a assim escrava, submissa à nossa caducidade”

E, infelizmente – continuou o Papa – a consequência de tudo isso está dramaticamente diante dos nossos olhos todos os dias. Quando quebra a comunhão com Deus, o homem perde a sua beleza original e acaba por desfigurar tudo à sua volta; e onde tudo antes evocava o Pai Criador e o seu amor infinito, agora traz o sinal triste e desolador do orgulho e da ganância humana.

Mas o Senhor não nos deixa sozinhos, ressaltou ainda o Papa, e mesmo neste quadro sombrio Ele nos dá uma nova perspectiva de libertação, de salvação universal, como nos diz S. Paulo, convidando-nos a escutar os gemidos de toda a criação:

“Se prestarmos atenção, de facto, tudo geme à nossa volta: geme a própria criação, gememos nós, os seres humanos e geme o Espírito dentro de nós, no nosso coração. Ora, estes gemidos não são um lamento estéril, desconsolado, mas – como explica o Apóstolo – são os gemidos de uma mulher que está a dar à luz; são os gemidos de quem sofrem, mas sabendo que está para vir à luz uma nova vida”.

E no nosso caso é realmente assim, reiterou Francisco, ainda estamos a lutar com as consequências do nosso pecado e tudo ao nosso redor, ainda leva consigo a marca das nossas fadigas, das nossas faltas, dos nossos fechamentos, mas ao mesmo tempo, sabemos que fomos salvos pelo Senhor e já podemos contemplar e antecipar em nós e naquilo que nos rodeia os sinais da Ressurreição, da Páscoa, que opera uma nova criação.

Este é o conteúdo da nossa esperança. O cristão não vive fora do mundo, ele é capaz de reconhecer na própria vida e naquilo que o rodeia os sinais do mal, do egoísmo e do pecado. Vive em solidariedade com os que sofrem, com os que choram, com os marginalizados, com os que se sentem desesperados … Mas, ao mesmo tempo, o cristão aprendeu a ler tudo isso através dos olhos da Páscoa, com os olhos de Cristo Ressuscitado. E assim na esperança sabemos que o Senhor quer curar definitivamente com a sua misericórdia os corações feridos e humilhados e tudo o que o homem desfigurou com a sua maldade, e desta forma Ele regenera um novo mundo e uma nova humanidade, finalmente reconciliados no seu amor.

É verdade que também nós, os cristãos, somos por vezes tentados pela decepção, o pessimismo, e por vezes nos deixamos levar pelo lamento inútil, ou permanecemos sem palavras e nem sequer sabemos o que pedir, o que esperar, mas mais uma vez o Espírito Santo vem em nosso auxílio, o Espírito vê por nós para além das aparências negativas do presente e nos revela já agora os novos céus e a nova terra que o Senhor está a preparar para a humanidade – concluiu Francisco.

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Fonte: http://pt.radiovaticana.va/

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