O pecado e à graça: um caminho de conversão

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O cotidiano de qualquer pessoa é cercado por situações de queda, erros e pecados. Isso não nos torna piores e nem rejeitáveis. Não! Mas, revela a nossa fragilidade humana e nossa propensão, também, ao que é menos nobre em termos de atitude, comportamento e conduta.

Por essa razão, o cotidiano da Igreja é, todo ele, marcado por práticas que incluem gestos, palavras, símbolos e sinais sacramentais salvíficos. Quer dizer, práticas que nos conduzem à graça de Deus e conversão. São oportunidades de vida nova, assumindo e enfrentando os abismos humanos como paradoxo da existência e, não, apenas, contradição. É um convite para nos aproximarmos de Deus e do trono de sua graça (cf. Hb 4,16). Aproximando-nos de Deus, aproximamo-nos de nós mesmos.

Toda sexta-feira é, por tradição da Igreja, oportunidade de desenvolver o senso penitencial na vida e de praticar ações penitenciais.

Há poucos dias, na liturgia, nos deparamos com a história do pecado e da conversão de Davi.

O Pecado de Davi (2Sm 11,1-17)

“(…) Numa tarde, levantando-se da cama, Davi, foi passear no terraço do palácio real. Do terraço, ele viu uma mulher tomando banho. Ela era muito bonita. Davi mandou colher informações sobre essa mulher. Disseram-lhe: ‘Ela é Betsabéia, filha de Eliam e esposa de Urias, o heteu!’ Então Davi mandou emissários para que a trouxessem. Betsabéia foi e Davi teve relações com ela, que tinha acabado de se purificar de suas regras. Depois ela voltou para casa. Em conseqüência disso, Betsabéia concebeu, e mandou dizer a Davi: ‘Estou grávida!’ (…)

Na manhã seguinte, Davi escreveu uma carta para Joab e a mandou por meio de Urias. Na carta, ele mandava: ‘Coloque Urias no lugar mais perigoso da batalha e retirem-se, deixando-o sozinho, para que seja ferido e morra’. (…)

A mulher de Urias soube que seu marido tinha morrido e ficou de luto. Quando terminou o luto, Davi mandou buscá-la e a recolheu em seu palácio. Davi a tomou como esposa, e ela deu à luz um filho. Javé, porém, reprovou o que Davi tinha feito.”

Espantados podemos até dizer: até Davi? Sim, Davi também!

Ora, Davi somos todos nós e estamos marcados pela mesma humana dor do pecado. Nem sempre conseguimos ser mais fortes que o pecado e suas redes infernais. A expressão “o pecado mora ao lado” é bem certa porque confirma uma verdade: todos somos passíveis de erro, queda e pecado. Mas, é preciso dizer, também, que o pecado não é o nosso único vizinho. E a Graça, a Misericórdia, a Compaixão… de Deus, não contam nada? É claro que contam! Contam muito! Aliás, além de facultar-nos a reconstrução pessoal, também restaura relacionamentos feridos e a vida negada.

A conversão de Davi (Salmo 51)

Davi toma uma decisão muito importante quando foi alertado pelo profeta Natã, sobre seu pecado: arrependeu-se e confessou o seu pecado. É o que nos conta o Salmo 51: “Tem piedade de mim, ó Deus, por teu amor! Por tua grande compaixão, apaga a minha culpa! Lava-me da minha injustiça e purifica-me do meu pecado! Porque eu reconheço a minha culpa, e o meu pecado está sempre na minha frente…”

Longe de nós amortecer as nossas consciências com respeito ao pecado.

O pecado não deve nos alarmar, nem pelo tamanho e nem pela frequência. O pecado deve nos colocar no amplo espaço de conversão ao longo da vida, por causa da promessa de Salvação de nosso Deus e, porque, livres do peso do pecado é bem melhor.

Deus nos livre de acomodarmo-nos ao pecado. Deus nos salve, cada dia, de uma vida sem sentido e longe de sua graça.

 

Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos

Foto: Google

 

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