Fazei penitência!

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Estamos diante de nós mesmos dia e noite sem cessar e, precisamos dar rumo à nossa existência. Comecemos com alguns questionamentos de fé. Que discernimentos precisamos fazer? Que direção necessitamos tomar? Que atitudes devemos assumir? Que orientação de vida convém repensar? Que escolhas se nos impõe como meta? Que decisão é preciso cumprir? Que compromissos importantes a Quaresma nos impõe?

Estas e outras perguntas são respondidas neste belíssimo texto da carta de Clemente I, Papa, aos Coríntios, do século I. Conteúdo, aliás, atualíssimo.

 

FAZEI PENITÊNCIA!

 

“Fixemos atentamente o olhar no sangue de Cristo e compreendamos quanto é precioso aos olhos de Deus seu Pai, esse sangue que, derramado para nossa salvação, ofereceu ao mundo inteiro a graça da penitência.

Percorramos todas as épocas do mundo e verificaremos que em cada geração o Senhor concedeu o ‘tempo favorável da penitência’ a todos os que a ele quiseram converter-se. Noé proclamou a penitência, e todos que o escutaram foram salvos. Jonas anunciou a ruína aos ninivitas, mas eles, fazendo penitência de seus pecados, reconciliaram-se com Deus por suas súplicas e alcançaram a salvação, apesar de não pertencerem ao povo de Deus.

Inspirados pelo Espírito Santo, os ministros da graça de Deus pregaram a penitência. O próprio Senhor de todas as coisas também falou da penitência, com juramento: ‘Pela minha vida’, diz o Senhor, ‘não quero a morte do pecador, mas que mude de conduta’ (cf. Ez 33,11); e acrescentou esta sentença cheia de bondade: ‘Deixa de praticar o mal, ó Casa de Israel! Dize aos filhos do meu povo: ‘Ainda que vossos pecados subam da terra até o céu, ainda que sejam mais vermelhos que o escarlate e mais negros que o cilício, se voltardes para mim de todo o coração e disserdes: ‘Pai’, eu vos tratarei como um povo santo e ouvirei as vossas súplicas’ (cf. Is 1,18; 63,16; 64,7; Jr 3,4; 31,9).

Querendo levar à penitência todos aqueles que amava, o Senhor confirmou esta sentença com sua vontade todo-poderosa.

Obedeçamos, portanto, à sua excelsa e gloriosa vontade. Imploremos humildemente sua misericórdia e benignidade. Convertamo-nos sinceramente ao seu amor. Abandonemos as obras más, a discórdia e a inveja que conduzem à morte.

Sejamos humildes de coração, irmãos, evitando toda espécie de vaidade, soberba, insensatez e cólera, para cumprirmos o que está escrito. Pois diz o Espírito Santo: ‘Não se orgulhe o sábio em sua sabedoria, nem o forte com sua força, nem o rico em sua riqueza; Mas, quem se gloria, glorie-se no Senhor, procurando-o e praticando o direito e a justiça’ (cf. Jr 9,22-23; 1Cor 1,31).

Antes de mais nada, lembremo-nos das palavras do Senhor Jesus, quando exortava à benevolência e à longanimidade: ‘Sede misericordiosos, e alcançareis misericórdia; perdoai, e sereis perdoados; como tratardes o próximo, do mesmo modo sereis tratados; dai, e vos será dado; não julgueis, e não sereis julgados; fazei o bem, e ele também vos será feito; com a medida com que medirdes, vos será medido’ (cf. Mt 5,7; 6,14; 7,1.2).

Observemos fielmente este preceito e estes mandamentos, a fim de nos conduzirmos sempre, com toda humildade, na obediência às suas santas palavras. Pois eis o que diz o texto sagrado: ‘Para quem hei de olhar, senão para o manso e humilde, que treme ao ouvir minhas palavras?’ (cf. Is 66,2).

Tendo assim participado de muitas, grandes e gloriosas ações, corramos novamente para a meta que nos foi proposta desde o início: a paz. Fixemos atentamente nosso olhar no Pai e Criador do universo e desejemos com todo ardor, seus dons de paz e seus magníficos e incomparáveis benefícios.

 

Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos

Foto: Google

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