Eu sou o caminho a verdade e a vida!

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A missão de Jesus é grande e passa pela quebra de muitos tabus sociais, políticos, econômicos, culturais, religiosos e teológicos. Por causa disso é desqualificado e perseguido por aqueles que são, diretamente, atingidos pela sua pregação e prática.

Jesus tem consciência de sua missão e da oposição que, o tempo todo, lhe fazem.

Quem segue Jesus não está enganado sobre os riscos que correm.

Ao longo do caminho e da caminhada, Jesus instrui o seus discípulos e as multidões, ensinando tudo o que é necessário para que assumam e vivam o Projeto de Reino. É impressionante como Ele ensina e envolve os seus seguidores.

O acesso a Deus foi, sempre, um tabu porque, o que se sabe é que Deus é inacessível aos homens!

A encarnação é o começo da quebra deste tabu e, na em sua vida pública, Jesus faz questão de dizer, abertamente, que Ele é quem dá acesso ao Pai: “Eu sou a porta das ovelhas” (Jo 10,7). Com maior clareza Jesus diz: “Eu sou o caminho a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai, senão por mim” (Jo 14,6).

Na Revista Pastoral de maio-junho de 2017, encontramos algumas ponderações deste texto feitas pelo Pe. Johan Konings, sj:

O sentido desses três termos, que constituem uma unidade (o caminho da verdade e da vida), é apresentado mediante pequena encenação. Jesus inicia sua despedida (Jo 13,31-17,26) dizendo que sua partida é necessária: ele vai preparar um lugar para seus discípulos. Quando Jesus sugere que eles conhecem o caminho, Tomé, o cético, responde que não o conhecem. Então, Jesus explica que ele mesmo é o caminho da verdade e da vida, o caminho pelo qual se chega ao Pai.

Na Bíblia, caminho e caminhar significam muitas vezes o modo de proceder. O caminho ou caminhar reto é o que hoje chamaríamos de moral ou virtude. Portanto, se Jesus chama a si mesmo de caminho, não se trata de algo teórico, uma doutrina, mas de um modo de viver. Se, pois, ele diz que ninguém vai ao Pai senão por ele (v. 6b), não está proclamando uma ortodoxia que exclui os que não confessam o mesmo credo, mas dá a entender que os que chegam ao conhecimento/experiência de Deus são os que praticam o que ele, em plenitude, praticou: o amor e a fidelidade até o fim. E isso pode acontecer até fora do credo cristão.

Depois da pergunta de Tomé, temos a pergunta de Filipe: “Mostra-nos o Pai, isso nos basta” (Jo 14,8). Ora, qualquer judeu piedoso, qualquer pessoa piedosa, quer conhecer Deus – que Jesus costuma chamar de Pai. Porém, diz João no prólogo de seu evangelho, ninguém jamais viu a Deus (Jo 1,18). Agora, Jesus explica a Filipe: “Quem me viu, viu o Pai”. Nesse momento, quando (segundo a contagem judaica) já se iniciou o dia de entregar a vida por amor até o fim, Jesus revela que, nele, contemplamos Deus. Nesse sentido, ele mesmo é o caminho que nos conduz ao Pai e, ao mesmo tempo, a verdade e a vida que se tornam acessíveis para nós.

Trata-se de ver a Deus em Jesus Cristo na hora de sua entrega por amor. Para saber como é Deus, o Absoluto da nossa vida, não precisamos contemplar outra coisa senão a existência de Jesus de Nazaré, “existência para os outros”, na qual Deus imprimiu seu selo de garantia, no coroamento que é a ressurreição. Muitas vezes, tentamos primeiro imaginar Deus para depois projetar em Jesus algo de divino (geralmente, algo de bem pouco humano…). Devemos fazer o contrário: olhar para Jesus de Nazaré, para sua vida, para sua palavra e sua morte, e depois dizer: assim é Deus – isso nos basta (cf. Jo 14,8-9). E isso é possível porque Jesus, trilhando até o fim o caminho que ele mesmo é, assumindo ser a “graça e a verdade” (Jo 1,14), o amor e a fidelidade de Deus até o fim, mostra Deus assim como ele é, pois “Deus é amor”, diz o mesmo João em sua primeira carta (1Jo 4,8.16). Podemos dizer, com Paulo, que Jesus é o rosto do Pai, a perfeita imagem dele (cf. Cl 1,15).

Por Jesus, temos acesso completo ao Pai!

 

Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos

Foto: Google

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