Boas notícias são, também, geradoras do bem

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Não é novidade que, de um modo geral, os noticiários das diversas formas dos meios de comunicação social estão repletos de más notícias. A expressão recorrente, para alguns meios de comunicação é que: “se espremer sai sangue”.

O que está acontecendo? Por que só notícias ruins? Haveria, por acaso, uma predileção, dos meios de comunicação social pelo que não presta ou pelo que se vende? São os consumidores de notícias que, de certa maneira, ‘impõem’ e ‘determinam’, a pauta de notícia consumíveis? Há um ‘gênio coletivo’ que se expressa, mais fortemente, no sensacionalismo de ‘notícias sangrentas’?

Afinal de contas: notícias boas não existem… são infinitamente menores, em proporção às ruins… não são relevantes… não causam impacto nas pessoas… não são consumíveis… não são críveis… não tem seguidores???

A perspectiva da fé está baseada no chamamento à Boa Notícia. O Evangelho é Boa notícia como anúncio e como realidade sensível, ao alcance dos olhos, das mãos e do coração. Quem se aproxima do Evangelho fica sensível ao bem, não obstante o mal que o cerca; faz o bem, persevera no bem, dá ênfase ao bem, anuncia o bem, enxerga o bem e o frutifica.

As más notícias podem estar empedrando o coração em relação ao modo de ver o bem, conviver com o bem, fazer o bem e acreditar no bem. Nesse sentido tanto a atenção quanto o consumo de notícias de impacto negativo devem sofrer uma grave mudança, uma conversão. A conversão dos meios de comunicação e a conversão dos consumidores das notícias. Não se trata de colocar um véu na realidade ou deixar de falar de suas durezas, tristezas, violências, imoralidades e cruéis verdades? Não! Trata-se, outrossim, de abrir maior espaço de comunicação, publicidade, ênfase e insistência sobre o bem e o corolário incrível de pequenas iniciativas, gestos, atitudes, situações e potencialidades do bem.

Ora se conviver com a dureza dos fatos, dos acontecimentos e da realidade já é agressivo e cria uma espécie de arrebatamento mental, emocional, afetivo, sentimental, psicológico nas pessoas, para uma negatividade existencial, imaginem, então, o efeito bombástico da convivência diária com notícias locais, nacionais, internacionais e mundiais de expressão negativa! Não há quem resista, com saúde completa, aos ataques noticescos dos meios de comunicação.

Quanto mais o interlocutor convive com um jornalismo sanguinolento, tanto mais cresce no seu interior o sentimento de ameaça, perseguição e insegurança e, nas relações interpessoais, um ambiente hostil de desconfiança, distância, apreensão e violência.

A alienação em relação à realidade é, sem dúvida, uma agressão à vida e um desrespeito ao direito de acesso à informação. Mas, a perspectiva excessivamente sensacionalista, ideológica, comercial e capitalista deturpa e desqualifica um jornalismo só de sangue, lágrima, tragédia e maldade. O compromisso com a notícia não pode desconsiderar a responsabilidade com a maneira de fazer comunicação social.

Para quem a Sagrada Escritura é fonte de vida, como Boa Notícia, permanente, o paradigma da responsabilidade social com a notícia coincide com paradigma de cuidado com a vida expresso por Jesus, no evangelho de João 10,10: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” e, pelo profeta Isaías 52,7: “Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, que traz a boa notícia, que anuncia a salvação, que diz a Sião: ‘Seu Deus reina’.”

Eu quero ser informado. É um direito meu e, quero ver respeitado. Mas, onde estão as boas notícias, tão numerosas, interessantes e necessárias quanto qualquer outra notícia? Se ninguém fala do bem existente, quem se interessará em fazê-lo acontecer?

 

Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos

Imagem: Google

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