Dia de Finados: Creio na Ressurreição*

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No Dia de Finados somos naturalmente levados a lembrarmo-nos de uma forma mais intensa dos nossos falecidos, de todas as pessoas que nos precederam no caminho da casa paterna. O hábito de visitar o cemitério está arraigado ao nosso ser, e espontaneamente nos dirigimos ao local onde os nossos parentes, entes queridos estão sepultados.

E quando surge a dificuldade em visitar o cemitério no qual eles se encontram, procuramos o cemitério local para celebrarmos a nossa saudade: acendendo uma vela, fazendo uma prece, manifestando o nosso carinho, celebrando a nossa saudade.

Há também o hábito de participar da Santa Missa. Ali levamos na memória e no coração aqueles que já não estão entre nós, no plano material. Confortados pela Palavra de Deus somos chamados a perceber, reverenciar a Palavra que é de salvação e vida.

Na Santa Missa somos chamados a realizar o exercício não da compreensão, explicação do que seja a morte mas de abraçá-la como sendo um Mistério. É o mistério de Deus. Diante do qual a postura do homem e da mulher de fé é a postura do silêncio: calar diante daquilo que a nossa mente não consegue explicar.

Mas, dentro da Santa Missa, a uma certa altura somos chamados a manifestar o que o nosso coração espera, a certeza maior, a novidade inaugurada com a chegada de Jesus quando nós dizemos solenemente na recitação do Credo: “Creio na ressurreição.” Ou seja, com Jesus a última palavra não é de tristeza, choro, angústia, dor, sofrimento e morte. Com Jesus nós temos a certeza que nos ajuda a caminhar, mesmo em meio às agruras, aos sofrimentos: Cremos na ressurreição. Isto é, cremos na vida que, em Jesus Cristo, supera a morte.

Esta vida que vence a morte é para ser vivida já aqui nessa terra. Ressuscitar quer dizer tomar parte na vida de Cristo. Ressuscitar é deixar que a nossa existência seja marcada pela existência do ressuscitado. Incorporando, dia após dia, em nossas ações gestos de solidariedade, perdão, caridade, misericórdia. Aquilo que Ele, no Evangelho, pede de todos e de cada um de nós.

Crer na ressurreição é não deixar de lutar para que a vida seja promovida. É, a cada dia, reunir as forças pessoais e dar as mãos com todos aqueles que estão empenhados em defender, proteger e guardar a vida.

Que possamos nessa data estar renovando o nosso compromisso com a luta para que a vida seja respeitada. Fazendo isso de uma forma muita simples: Procurando reconhecer Deus, Jesus Cristo, em cada homem, mulher que vier ao nosso encontro.

E que diante das eventuais dificuldades do nosso dia a dia sejamos capazes de renovar a nossa fé: “Creio na ressurreição.”

No final da leitura desse texto seria oportuno estar perguntando ao seu coração: Como posso estar sendo no meu cotidiano, cada vez mais, sinal de ressurreição? O que impede que eu seja cada vez mais sinal do?

*Pe. Francisco Barbosa, Pároco da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus – Simplício Mendes-PI, Presbítero da Diocese de Oeiras, Novembro/2013, e-mail: [email protected]

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